No
dia 03/08/21 tivemos a grata oportunidade de conhecer o Programa Cão-Guia,
desenvolvido pelo Instituto Federal Catarinense, do Campus Camboriú/SC.
O
belíssimo trabalho nasceu em 2008 e em 2011 foi incorporado ao “Viver sem
Limite” do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com deficiência, passando,
portanto, a ter apoio do Governo Federal. Hoje são 130 cães de trabalho atuando
junto a deficientes visuais no Brasil e impactando de modo muito positivo na
vida deles.
O
Instituto Federal de Santa Catarina, Campus Camboriú é o primeiro a oferecer um
curso gratuito de pós-graduação em nível de especialização, de treinador e
instrutor de Cães Guia. O curso tem duração de 2 anos e meio, ocorre em período
integral e tem como requisito a formação em ensino superior em qualquer área.
Quem
nos falou sobre o programa foi uma instrutora do curso, a professora Marinês Kerber,
Juan Marcelo da Silva Santos, um dos beneficiários e a aluna Isabelle Franco.
Juan
tem 20 anos e é morador do município de São José dos Pinhais. Ele foi
apresentado ao cão de trabalho Gael há 3 semanas. Segundo Juan, a conexão entre
eles foi imediata e Marinês complementa: "parecem ter sido feitos um
para o outro".
Ele
nos disse também que a experiência está sendo incrível e que inclusive tem
colaborado com a sua socialização, uma vez que o cão desperta a curiosidade das
pessoas, que acabam se aproximando para conversar com ele. Isso é facílimo de
compreender, pois tanta fofura é realmente irresistível!
Contudo,
é importante ressaltar que um Cão-Guia, quando em trabalho, não deve ser
distraído, pois isso compromete a atenção do animal, podendo causar acidentes.
Sabemos
que você deve estar pensando em como resistir ao charme desses profissionais de
quatro patas. Nós também nos fizemos a mesma pergunta, mas entendemos que a
segurança e o bem-estar da dupla é prioridade!
A
professora Marinês nos esclareceu ainda que são dois anos para a formação de um
cão. O processo é composto por três etapas: a socialização, o treinamento e a
adaptação.
A
primeira é feita por uma família voluntária, a qual incorpora de maneira
intensa o cão ao seu cotidiano, submetendo-o ao máximo ao convívio com pessoas
nos mais diversos locais.
Já
o treinamento é feito no Instituto e a adaptação ocorre com a dupla, cão e
deficiente visual.
Juan
e Gael estão nessa terceira fase e contam com o apoio da instrutora Marinês e a
aluna Isabelle, que os acompanham em suas atividades diárias. É impressionante
a calma, atenção e cuidado delas para com eles! É notório que mais que um
trabalho, existe uma paixão pelo que fazem!
Durante
a nossa conversa, Gael segue como um comportamento irretocável. É lindo vê-lo
ao lado do Juan. E ele é adestrado para seguir dessa forma, enquanto estiver
utilizando o equipamento de trabalho, o arreio e a guia.
Mas
a vida não é só trabalho, não é mesmo? Quando eles chegam em casa, Juan tira o
equipamento e agora Gael passa a ser um grande e fofo brincalhão, podendo
relaxar e desfrutar da companhia do seu protegido com tranquilidade. “Já
desenvolvemos uma ligação afetiva muito forte”, conta-nos Juan cheio de
alegria.
O
cão proporciona maior autonomia ao deficiente visual. Ele identifica
obstáculos, escadas rolantes, caixas eletrônicos e inclusive se é um ônibus e
não um caminhão que está se aproximando do ponto de parada. Juan é um atleta
praticante de natação e sempre esbarrava em árvores ao ir à academia, mas isso
acabou com a chegada de Gael.
Que
linda iniciativa não é mesmo? E ela pode crescer e mudar a vida de outros deficientes visuais, mas para isso, precisa da contribuição do maior número de pessoas
possível.
São
três as possibilidades de auxílio: você pode se tornar uma família
socializadora para os cães iniciantes, adotar outros que foram desligados
do programa ou divulgar para que as pessoas se candidatem ao papel de
socializador ou usuário de um Cão-Guia.
O
processo de socialização não tem nenhum custo para o voluntário, pois a o
instituto provê a alimentação, tratamento médico veterinário e acompanhamento
de profissionais do Centro de Formação de Treinadores e Instrutores de
Cães-Guia. Além de ser uma bela oportunidade de conviver com um cão especial, sem custos de alimentação e saúde e aprender sobre técnicas de obediência,
comportamento canino e bem-estar animal.
Que
tal? Pense nisso! E se não puder adotar, não se esqueça: ajude a divulgar, pois
também não custa nada. 💙🐶
Encaixou-se
muito bem nisso um trabalho realizado pela Escolinha Pública de Trânsito do
Detran/PR, a “Campanha Trânsito Compartilhado”, coordenada por Michael
Chrystian Bogo, portanto, em parceria com eles realizamos o evento.
